9a. Etapa do Campeonato da FARVO - 2009
20ª. Regata do ARMC – 3 de outubro
Por Nuno Pinhel
O dia amanheceu muito nublado e pelo que eu soube com um baita engarrafamento na estrada, nas imediações de Itajaí.
Falo nesse engarrafamento porque interferiu na nossa regata, pois os velejadores que deixaram para vir a Angra no dia perderam tempo na estrada. O José Luis (VERDINHO) voltou do meio do caminho, dois tripulantes meus também, e a tripulação do MABUYA chegou muito atrasada na linha de largada.
A largada para a APS, ORC e ANGRA 21 foi as 11:50hs e da CRUZEIRO foi as 12:05hs. Haviam na raia 17 barcos disputando quem conseguia andar um pouco, pois reinava uma calmaria monstra. O Wagner, do VÓ SANTINHA ia fazer a regata em solitário, mas conseguiu um reforço de última hora, roubou o Marinho (ajudante do Magrão) da CR.
O percurso escolhido pela CR foi o de vento pelo quadrante SUL, com 11,5 milhas náuticas, largando próximo a Ilha do Calombo, e passando pelas seguintes marcas: Laje Preta BB, Ilhas Duas Irmãs BB, novamente Laje Preta e Ilha Duas Irmãs, uma bóia próxima a Laje Preta BE e chegada no mesmo local da largada.
O SERAFIM na calmaria da largada, escolheu largar bem próximo a bóia e ficou bem afastado do resto da flotilha. Essa escolha rendeu a ele a chegada na primeira marca, bem distanciado dos demais, mas depois, no decorrer da regata, entregou essa vantagem de forma assombrosa. O VÓ ALICE, também chegou bem na primeira marca, mas ao contrário do SERAFIM, só fez aumentar a vantagem durante a regata e foi o FITA AZUL e tirou o primeiro na APS Geral. O VÓ SANTINHA, que também teve uma performance excelente, se corresse na APS talvez tivesse estragado a festa da outra avó (VÓ ALICE), pois iria brigar pelo primeiro lugar na APS GERAL, e entre os ANGRA 21 chegou 9 minutos na frente de quem chegou em segundo lugar e 18 minutos na frente do último da classe a cruzar.
A calmaria inicial deu lugar a um vento, que soprou do quadrante sul com uma velocidade que permitiu ao FITA AZUL, o VÓ ALICE, completar a regata em 3:21 hs.
A entrega de prêmios foi no ARMC, com um farto e gostoso jantar de massas com o apoio da MASSAS PIRAQUÊ, ITAIPAVA, ANGRALOGIA, e FREITAS Gráfica e Editora.
Antes da entrega de prêmios, foi elogiada a conduta correta dos barcos MABUYA, GAIA e MARIE DU CIEL. Os três estavam muito atrasados para a largada. O GAIA ao apito de 4 minutos desligou o motor e acabou a custosa aproximação para a linha de largada à vela, validando sua participação na regata. O MABUYA e o MARIE DU CIEL, mesmo após o apito de 4 minutos, continuaram a aproximação para a linha de largada com o motor ligado só o desligando próximo a linha, mas o MABUYA percorreu parte da regata e absteve-se de cruzar a linha de chegada como manda a regra e o MARIE DU CIEL, que a cruzou, na festa de premiação, me procurou e solicitou que fosse desconsiderada a sua chegada.
Essa postura é a esperada no nosso esporte, principalmente aqui em Angra, que por dificuldades de montar uma Comissão de Protestos, estamos sujeitos a consciência e lisura de cada um. Inclusive nesta regata aconteceu uma coisa próxima do que reputo como uma atitude que pode remediar a falta de uma Comissão de Protestos, que é antes da premiação, os fatos que porventura poderiam ter gerado um protesto serem levantados e debatidos educadamente e sem paixão, por parte dos envolvidos e talvez até com a participação de outros não envolvidos, gerar um entendimento que provoque a desistência de quem infringiu a regra. Isto aconteceu uma vez num evento dos ANGRA 21 onde depois das regatas, numa reunião da varanda, se “julgaram” os protestos onde todos eram a Comissão de Protestos, propiciando consulta as regras e debates, que só aprimoraram o entendimento de todos das regras e suas aplicabilidades.
Sobre esse assunto menciono do livro de regras:
- “ Os competidores de regata a vela são regidos por um conjunto de regras às quais se espera que sigam e as façam prevalecer. Um princípio fundamental de esportividade é o pronto cumprimento da punição de uma infração à regra, que pode ser retirar-se.”
- “ NAVEGAÇÃO LEAL – Um barco e seu proprietário devem competir de acordo com os reconhecidos princípios de esportividade e lealdade.”
E menciono um exemplo do rigor que devemos ter, que a mim me fez entender bem qual o espírito da coisa. Por exemplo, um barco da APS cruza o caminho de um barco da CRUZEIRO. O da CRUZEIRO tem direito de passagem, mas o da APS força um pouco a barra, e passa na proa. Como são de classes diferentes, e o da CRUZEIRO não se sentiu prejudicado, reclamou pouco, mas deixou andar. O da APS também considerou que são de classes diferentes e que o da CRUZEIRO não se sentiu prejudicado, julgou que não prejudicou ninguém, nada fez e continuou a regata. No final da regata o barco da APS ganhou no tempo corrigido, de outro concorrente, que em nenhum momento feriu nenhuma regra, pela diferença de 1 segundo. Será que a vitória foi justa mesmo? Será que ele não prejudicou ninguém mesmo?
As colocações da Regata, válidas para o campeonato da FARVO foram:
APS I - 1° SERAFIM e 2° NEREUS
APS II - 1° STACCATO
APS III - 1° VÓ ALICE, 2° FORROBODO e 3° NEVER LAND
APS IV - 1° GAIA, 2° PIN e 3° SILENE
Orc - 1° VÓ ALICE, 2° PIN e 3° SERAFIM
Angra 21 - 1° SILENE , 2° GAIA e 3° PIN
Falta somente uma etapa para o término do campeonato. Com o resultado da 9ª. etapa a briga ficou da seguinte forma: