Por Nuno Pinhel
A largada foi marcada para as 12:30hs e antes, todas as tripulações foram convidadas para uma feijoada no Colégio Naval.
No dia anterior, sexta feira, já tinha havido uma regata no mesmo evento, a Regata Esperança da Armada, que teve a largada nas proximidades da laje dos Homens, passando pelas marcas Ilha da Saracura, Ilha Queimada Grande, uma bóia entre ilha dos Porcos Grande e laje da Saracura e chegada no mesmo local da partida. A CR, pelo rádio, antes da largada, trocou uma das marcas. Trocou a Ilha da Saracura pela Laje da Saracura, procurando minimizar o risco de encalhe. A regata transcorria normalmente até quando os veleiros da ponta chegavam na Ilha Queimada Grande e pararam numa calmaria. Ficaram esperando o resto da flotilha chegar e vários barcos se embolaram, numa confraternização no meio da competição. A montada da ilha foi muito embolada e lenta. Durante a montada até houve uma trapalhada onde estiveram envolvidos Finisterre, Albatroz, Pin e Silene, todos querendo passar por um espaço que dava no máximo para 2 barcos. A ordem dos barcos acima estava de barla para sota, e todos com retranca a bombordo. O Finisterre tentando se afastar da ilha, arribou, fechando o resto da moçada, a sorte é que havia pouco vento, a velocidade era pequena e os encontrões não causaram danos. Montada a ilha, o vento de leste que soprava foi ficando mais forte e a última perna de balão propiciou algumas interessantes atravessadas e sutiens. Posso me acusar numa interessante briga com o balão e também vi o Silene numa espetacular atravessada.
Mas vamos à regata do sábado, que é o assunto principal desta crônica, pois foi a regata válida pelo campeonato.
O dia estava com um lindo sol e na raia presentes 39 veleiros. O percurso teve a largada próxima a Ilha do Calombo, e passou pelas Laje Preta, Laje do Saracura, novamente pela Laje Preta e Laje do Saracura, para finalmente chegar no mesmo local de partida.
A largada foi com muito pouco vento. Os barcos que deram a largada na CR, pegaram um vento um pouco melhor e seguiram sem parar até a Laje Preta. Infelizmente eu não estava entre eles, mas o Cruel estava. Daí, todos seguiram para a Laje da Saracura. Os barcos que tinham acertado no lado da largada e os barcos mais rápidos da flotilha, chegaram primeiro na laje da Saracura e já formaram um pelotão dianteiro, que sofreu menos com as calmarias que se deram depois.
Bem, o segundo pelotão, gramou um vento incerto e muito rondado até chegar perto da Laje da Saracura onde encontraram uma bela calmaria, embolando todo esse pelotão, que não era pequeno, pois aí estavam também quase todos os barcos da classe Cruzeiro. Lembro que estava eu (PIN) parado e ao meu lado direito, estavam Silene, Finisterre e o Serafim veio se infiltrando com um ventinho só dele. Haviam outros barcos também que não me lembro dos nomes. Do lado esquerdo estava o Syrena, o Vó Santinha e vários outros. A montada da bóia da Laje foi praticamente em conjunto. Muitos montaram em bloco e sem vento. Logo após a montada, alguns com melhor posição, conseguiram o vento mais limpo e botaram uma pequena frente para o resto da flotilha. Mas a regata prosseguiu com muito pouco vento e muito rondado. A CR estava pensando no encurtamento, mas lá para as 14 horas entrou um vento um pouco melhor.
Na última perna, da Laje da Saracura para a chegada, eu estava mais pelo continente indo direto para a bóia de chegada um pouco atrás do Staccato, o Silene e o Mabuya, na minha frente, mas mais abertos praticamente na direção da Laje Preta. O Cruel, que deu um olé, ficou no primeiro pelotão desde o início e já tinha cruzado. O Vó Santinha estava mais atrás. E lá ia eu. Às vezes o vento dava prá mim e o Silene e Mabuya parados, daí eu pensava vou passa-los. Mas logo depois eu é que parava e eles andavam, daí eu pensava: não deu, eles vão chegar na frente, e me acomodava. Mas novamente eles paravam e eu andava e minha animação voltava. Sem brincadeira, essa mudança entre animação e acomodação se deu umas quatro vezes, até que a bóia de chegada esta a minha frente, eu passando o Staccato que ficava pela minha direita, o Silene e o Mabuya vinham pela minha esquerda chegando como se viessem da Laje Preta, e o vento deu foi prá mim, para desânimo do Michael (Silene) e do Pepe (Mabuya). Cheguei na frente desse segundo pelotão, por pouquinho.
Sinceramente, para os barcos do segundo pelotão, eu achei o resultado muito mais para loteria do que para mérito das tripulações.
Observando-se o horário de chegada dos veleiros, não considerando os da classe Cruzeiro, repara-se a nítida separação dos dois pelotões, que menciono acima. O primeiro pelotão, com 9 veleiros, tinha na frente o Bijupirá chegando as 14:51 e o Cruel fechando o pelotão as 15:12. Tirando o Gingilim que chegou entre os dois pelotões, o segundo pelotão, também com 9 barcos, começou a cruzar somente com o PIN as 15:54 e foi fechado pelo Cação as 16:02. O Serafim, Zepelim, Vó Santinha e Nereus chegaram depois.
A premiação foi durante um coquetel no Colégio Naval e os premiados foram:
- CONQUISTA III – faturou o primeiro da APS Geral, da APS 3 e da ORC. Digno de mencionar foi o Never Land que tirou 3º. no Geral e na APS 3 mas velejou somente com 2 tripulantes. Os 5 primeiros na Geral foram os barcos da APS 3, que são os mais rápidos.
- Na APS 1 tivemos Serafim e Nereus, nessa ordem.
- Na APS 2, Coligny, Oikos e Staccato.
- Na APS 3, Conquista, Finisterre e Never Land
- Na APS 4, Cruel, Pin e Mabuya. Digno de nota também é que esta classe agora tem mais dois competidores, os 2 skipper 21 do Colégio Naval, Angra e Cação.
- Na Angra 21 deu Cruel, Pin e Silene
- Na ORC deu a mesma coisa que na APS 3, ou seja, Conquista, Finisterre e Never Land
- Nas Bandeiras, o Bracuhy, com somente 3 barcos, faturou a primeira colocação. O Colégio, com 5 barcos pontuando, faturou o segundo lugar e o ICAR também com 5 barcos pontuando, faturou o terceiro lugar. Defendendo a bandeira do ARMC é que só apareceram 2 barcos. Com a ausência de Bucanas Jr, Amici, Dadah, Tarumã, Tdim, Turandot e Marreco disputando o campeonato da FARVO este clube está deixando nas mãos somente do Cruel e do Verdinho a missão de defendê-la! A comodoria recentemente empossada deve “puxar os brios” de seus comandantes.
Bem, fico por aqui e aguardamos a 8ª. Etapa – Regata da Independência, que terá na festa de premiação um diferencial que será bem animado, pois a disputa não para na linha de chegada, tem mais na festa!
Até lá.